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sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Henry David Thoreau



(...) O sol se põe em algum prado remoto, onde nenhuma casa é visível, com toda a glória e todo o esplendor para brindar as cidades; e talvez como nunca tenha se posto antes, onde apenas um gavião-do-pântano solitário tem suas asas douradas por ele, ou apenas um rato almiscarado espia de sua cabana, e existe um pequeno riacho de veios negros no meio do banhado, apenas começando a serpentear, contornando lentamente um toco de árvore em decomposição. Caminhamos numa luz tão pura e tão brilhante, dourando a grama e as folhas murchas, tão suave e serenamente brilhantes, que pensei que nunca havia me banhado numa torrente tão dourada, sem um marulho ou murmúrio. O lado oeste de cada bosque e terreno luzia como a fronteira do Elísio; e o sol em nossas costas parecia como um gentil pastor nos levando para casa ao cair da tarde.
E assim caminharemos em direção à Terra Santa, até que um dia o sol reluzirá com mais brilho do que nunca, reluzirá em nossas mentes e corações e acenderá todas as nossas vidas com um grande clarão do despertar,tão cálido, sereno e dourado como sobre a margem de um rio no outono.


Henry David Thoreau
Excerto de "Caminhando"
Tradução de Roberto Muggiati

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