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quarta-feira, 29 de julho de 2009

Teoria da solidão



Todos aqueles que refletiram sobre os vínculos que unem o homem aos outros homens, não se cansaram de afirmar que é o homem um ser gremial, disposto pela sua índole biopsíquica e espiritual a viver em conjuntos que o ultrapassam.
Esta vida que ultrapassa o homem e somente na qual ele se conhece, define, desenvolve e exalta, é a vida cultural em toda a sua amplitude, a esfera do espirito objetivo.
Como reconheceu Hölderlin, «nós, os homens, somos um diálogo», isto é, existimos num diálogo e antes mesmo de despontarmos para a nossa consciência particular já estamos envoltos nesse colóquio ilimitado.
Apreendemo-nos, sentimo-nos dentro dos quadros dessas formas simbólicas e lingüísticas intersubjetivas e é esse discurso social que faz surgir o mundo como se nos apresenta.
Disto já podemos concluir de que maneira radicada e profunda o «outro» está impresso em nós mesmos, em que medida o nosso existir é antes um coexistir; ao vivermos particularmente, vivemos conteúdos universais.
Essa dependência que nos vincula à vida social tem um alcance muito maior do que uma simples satisfação de necessidades econômicas e materiais.
O homem não se basta a si mesmo não só em sentido físico, como também em sentido metafísico, isto porque a autocompreensão de seus fins, propósitos, ideais, valores e empreendimentos postula uma ordem de vigências sociais que condiciona todas as tarefas particulares.


Vicente Ferreira da Silva
(Filosofo Brasileiro -1916-1963-)

(Actas del Primer Congreso Nacional de Filosofía (Mendoza 1949), Universidad Nacional de Córdoba, Buenos Aires 1950, tomo III, págs. 1863-1866.)
(Sesiones: XI. Filosofía del derecho y la política.)

Os animais...

"A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados." - Mahatma Gandhi



"Não há diferenças fundamentais entre o homem e os animais nas suas faculdades mentais...os animais, como os homens, demonstram sentir prazer, dor, felicidade e sofrimento." - Charles Darwin



"A compaixão para com os animais é das mais nobres virtudes da natureza humana." - Charles Darwin



"Nossa tarefa deveria ser nos libertarmos ... aumentando o nosso círculo de compaixão para envolver todas as criaturas viventes, toda a natureza e sua beleza." - Albert Einstein (físico, Nobel 1921)



"Cães amam seus amigos e mordem seus inimigos, bem diferente das pessoas, que são incapazes de sentir amor puro e têm sempre que misturar amor e ódio em suas relações." - Sigmund Freud



"Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante." - Albert Schwweitzer (Nobel da Paz - 1952)

quarta-feira, 22 de julho de 2009

22 de Julho de 1.942 (Inicio da Deportação dos Judeus do Gueto de Vrasóvia)



Imediatamente após a ocupação alemã da Polónia em 1939, os alemães começaram a planejar o isolamento da população judaica de Varsóvia num gueto. Nessa altura, a administração do governo geral ainda não tinha sido completamente organizada, e havia interesses conflituosos entre os três principais poderes: a administração civil, o exército e as SS. Sob estas circunstâncias, o conselho judaico, ou Judenrat, liderado por Adam Czerniaków, conseguiu atrasar a criação do gueto por um ano, sobretudo justificando aos militares que os judeus eram uma força de trabalho importante.

No entanto, o gueto acabou por ser criado pelo Generalgouverneur alemão da Polónia Hans Frank em 16 de Outubro de 1940. A população do gueto atingiu a marca de 380.000 pessoas, cerca de 30% da população de Varsóvia. Em contrapartida, ocupava apenas 2,4% do território da cidade. Os judeus de Varsóvia foram obrigados a se deslocarem para o gueto, e os nazistas providenciaram a construção de um muro ao seu redor em 16 de Novembro de 1940, segregando completamente os judeus.

Durante o ano e meio seguinte, judeus de cidades e vilas menores foram trazidos para o gueto. Doenças — como o tifo — e a fome (as rações para judeus eram oficialmente limitadas a apenas 184 Kcal por dia, ao contrário das 1800 para polacos e 2400 para alemães em Varsóvia) alastravam-se em enormes proporções.

Em 22 de Julho de 1942 teve início a expulsão em massa dos habitantes do Gueto de Varsóvia para os campos de extermínio. Nos 52 dias seguintes (até 21 de Setembro de 1942), cerca de 300 000 pessoas foram levadas para o campo de extermínio de Treblinka ou assassinadas mesmo em Varsóvia. Czerniaków tornou-se claramente deprimido com as deportações e suicidou-se em 23 de Julho. Os suicídios tornaram-se então muito freqüentes. O sogro de Marcel Reich-Ranicki foi um deles.
A situação dos restantes 55.000 ou 60.000 habitantes melhorou ligeiramente. A fome acabou e as casas superlotadas tornaram-se agora vazias. Os judeus, que ali puderam permanecer, trabalhavam (dentro do gueto) como escravos para fábricas alemãs ou, então, viviam em fuga (o caso de Marcel Reich-Ranicki).

Durante os 6 meses que se seguiram, aquilo que restava das diferentes organizações políticas foi unido sob um mesmo nome: ŻOB (Żydowska Organizacja Bojowa, Organização de Luta Judaica), liderado por Mordechaj Anielewicz, com entre 220 e 500 pessoas; outras 250-450 organizaram-se no ŻZW (Żydowski Związek Walki, União dos combatentes judeus). Os membros desses grupos não tinham ilusões sobre os planos dos alemães e preferiam morrer lutando. O seu armamento consistia sobretudo de pistolas, bombas caseiras e coquetéis molotov; o ŻZW era o grupo melhor armado, graças a seus contatos com a resistência polonesa, fora do gueto.


Fonte Wikipédia


*Apesar de receber constantemente relatórios sobre os factos, o papa Pio XII – o então líder supremo da Igreja Católica – permaneceu calado
Curiosamente, nesse mesmo ano, o papa na sua homilia natalícia, referiu-se só à “eutanásia” vivida por algumas “minorias étnicas”.-
Apesar da resistência judaica ter nascido em 1940, foi em 1942 que a ZOB – “Organização Judaica de Combate” seria organizada. Incluía várias facções políticas e 22 grupos de combate. Mordechai Anielewicz era o líder deste grupo e Isaac Zukerman, o número dois e mensageiro, escondido no lado ariano. A 9 de Janeiro de 1943, Himmler apareceu de surpresa no Gueto de Varsóvia e deu ordens para matar todos os seus habitantes e destruir o Gueto.

sábado, 18 de julho de 2009

A vida sem palavras



Entre riso e sangue,
cabeça e espada,
entrada e saída,
flor e escarro,
sempre a vida,
a vida sem mais nada,
entre estrela e barro.

Entre homens e bichos,
entre rua e escadas,
entre grito e nojo,
a vida com seus lixos
e mãos violadas,
entre mar e tojo.

Entre uivo e poema,
entre trégua e luta,
vida no cinema,
no café, na cama,
vida absoluta.



António Rebordão Navarro
(Portugal)
Poemas (1952 - 1982)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Fotografias que me encantam















As fotografias não contém o nome do autor, por não constar no site de onde as retirei.Caso alguém as identifique, por favor, queira avisar-me. Muito grata.

domingo, 5 de julho de 2009



Oscar Shumsky plays
Ponce Estrellita & Bach Concerto A minor-II

Oscar Shumsky


Oscar Shumsky
(March 23, 1917 – July 24, 2000)
American violinist and conductor, born in Philadelphia
to Russian-Jewish family.

Oscar Shumsky started learning the violin at the age of three, and made his concert debut at the age of seven with the Philadelphia Orchestra under Leopold Stokowski, who declared him to be "the most astounding genius I have ever heard". Fritz Kreisler took a special interest in him, and he played Kreisler's own cadenzas to the Beethoven violin concerto to him after learning them by ear. He was a pupil of Leopold Auer from 1925 and studied at the Curtis Institute from 1928 to 1936, continuing his studies with Efrem Zimbalist after Auer's death in 1930. His New York debut was in 1934 and his Vienna debut was in 1936. He played first violin in the Primrose Quartet from 1939, and the same year joined the NBC Symphony Orchestra under Arturo Toscanini. During the 2nd world war, he served in the U.S. Navy.

His violin was a Stradivari of 1715 known as 'Ex-Pierre Rode' or the 'Duke of Cambridge' (it had been owned by Rode and Shumsky recorded his complete caprices on it). He tells how he came to acquire the instrument:

“ It was a case of "love at first sound". During the period of readjustment after the "war to end all wars" we were trying to pick up our lives where we had left them, and I was in the throes of trying to better my instrument. I realized that if I were to pursue a concert career I needed something considerably more outstanding than the Camillo Camilli (an excellent violin in its class) on which I was performing. In the process I had been through many Guadagninis and some lesser Strads, but always came away disappointed.

Then on one of my innumerable visits to the atelier of Emil Hermann, I spotted a violin lying on the long felt-covered table. A quick glance told me that the violin was not only a Stradivarius but one of the finest examples I had seen. Thrilled and discouraged at the same time (I knew that such an instrument was out of my financial range) I nevertheless had a strong curiosity to examine and try it. Permission was granted, and after a few passages from different fragments of the repertory I just knew I had to have it! I won't flood readers with all the information about my huge bank loan, but I have never had a moment's cause for regret. The fact that it somehow came by way of my old teacher Leopold Auer is a fascinating bit of mysticism.


—Oscar Shumsky, The Strad, April 1985

He taught at the Curtis Institute, Philadelphia, Peabody Conservatory, Baltimore, Yale University, and, from 1953, the Juilliard School in New York. From 1959 to 1967, he co-directed the Stratford Festival (in Ontario) with Glenn Gould, with whom he played regularly at the festival and made some recordings for T.V. broadcast. Around this time, he appeared regularly as a soloist with American orchestras. His conducting debut was in 1959 with the Canadian National Festival Orchestra; he later conducted the Westchester Symphony Orchestra and Empire Sinfonietta in New York, and the New Jersey Colonial Symphony Orchestra. He joined the Bach Aria Group in the early 1960s. He was granted a Ford Foundation Award in 1965.

He returned to concerts and recordings in 1981, performing in the USA and in Britain for the first time in 30 years; a programme he gave for solo violin led to great acclaim:
“ It is not common practice here for audience members to leap on their feet in acknowledgement of outstanding playing and it is a mark of Oscar Shumsky's achievement at the Queen Elizabeth Hall that so many did spontaneously do just that. ”

—The Daily Telegraph

He recorded Ysaÿe's solo violin sonatas op.27 and Bach's sonatas and partitas for solo violin, the Beethoven violin concerto, Bach's single and double violin concertos, Mozart's 4th and 5th violin concertos, and other works, many of which have not been released on CD. He died in Rye, New York.

Many fellow violinists consider him to be one of the great violinists of the century; David Oistrakh called him "one of the world's greatest violinists" and the New Grove dictionary says of him: 'He was a player of virtuoso technique, pure style and refined taste; yet never sought recognition as a soloist, preferring to concentrate on teaching, chamber music playing and conducting.'

Wikipedia

Um excerto de Virgínia Woolf



(...) A luz feriu as árvores no jardim, e as folhas agora transparentes ilumina­ram‑se uma a uma. Um pássaro cantou alto. Houve uma pausa. Depois ou­tro pássaro retomou, mais baixo, o mesmo canto. O Sol deu contornos às paredes da casa e pousou como a ponta de um leque numa persiana bran­ca, deixando uma dedada de sombra azul sob a folhagem próxima da jane­la de um quarto. A persiana estremeceu de leve, mas dentro da casa tu­do permaneceu vago e sem substância. Lá fora, os pássaros cantavam as suas melodias vazias.


Virgínia Woolf
Excerto de "As Ondas"