Seja bem-vindo. Hoje é

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

CÚMPLICES NA ETERNA IDADE* (Uma crônica de Jairo de Britto)



Hoje, Sunny Arthur me visitou! Eu o recebo com um fraterno abraço e beijos. Digo-lhe sempre que é muito bem-vindo. Ele me diz que, pela primeira vez, notou o tapete na porta de entrada do apartamento: lá, aonde leu “Bem-vindo”.

Abraço meu filho como se fosse pela última vez; como se fosse nosso último e sempre prazeroso encontro.Assim tem sido por séculos e séculos, em nossa jornada, pelos universos que visitamos, ambos vestidos com diferentes cascas de nós.

Sua juventude transcende seu corpo! Seus olhos, curiosos e atentos, ouvem sobre minhas pequenas descobertas e meus grandes e inúteis lamentos. Ele faz perguntas; lê um belo poema e quer saber o que acho de tudo aquilo que dele depreendeu.

Conversamos sobre o fazer poético, a Arte Literária, as pretensões tantas dos homens que se dedicam à Teoria da Literatura... Aqueles que a defendem como Ciência; que acreditam poder dissecar poemas, como se tais fossem peças anatômicas de um cadáver conservado em cubas de formol.

Conto-lhe um pouco de minhas tantas e tontas desventuras acadêmicas; das minhas aventuras oníricas; falo de passados e presságios. Ele parece me ouvir encantado. Discreto, mira meus movimentos, acompanha meus passos; observa minha postura e atitudes.

Eu sinto sua Alma aproximar-se da minha - como as daqueles outros viajantes, companheiros e cúmplices de tarefas e ardis quânticos.

Do comentar de simples afazeres cotidianos, saltamos para ilações metafísicas - com a naturalidade dos pássaros

que buscam abrigo, à tardinha, nas árvores de parques tranqüilos; daqueles que ao centro abrigam grandes lagos serenos.

Quando o acompanho até o carro, nos despedimos como se fosse mais uma última vez. Assim tem sido; assim nos buscamos e nos despedimos ao longo dos séculos.

Nossos corpos e nossas situações têm assumido posturas, estágios e estampas diversas. Mas a ternura sobrepõe-se a quase tudo. Nossas dúvidas, e ainda tão poucas certezas, têm sido dirimidas e distribuídas por anos seguidos de seres e estares vários.

Nós nos entendemos e entretemos sem que sejam necessários verbos explícitos. Pai e Filho; Filho e Pai; Inimigos e Irmãos, nos reencontramos e, de certa discreta forma, nos cumprimentamos como se fosse pela primeira ou pela última vez.

Essa convivência, que atravessa milênios; que nos veste e despe de formas diversas em situações que nunca nos são de todo estranhas, tem sobrevivido a tempestades, borrascas, e à desvairada alegria que, neste nosso mais recente encontro, quase apaga lembranças que o tempo próximo passado apenas a um de nós permite guardar.

Ele, por exemplo, não se lembra de que, ao presenteá-lo com uma filmadora, o levei para uma praia deserta e fiz com que, ao utilizar a câmera pela primeira vez, gravasse a imagem daquilo que eu havia escrito na areia banhada pelas águas do nosso favorito Oceano: “Sabedoria!”.

Ele, ainda nesse mais recente encontro, porém mais velho, talvez não se lembre que me salvou a vida: exatamente no mesmo Atlântico que me arrastava para o fundo. Em que outro estágio, da História Cósmica, teria eu salvado sua vida?

Como em outros universos, neste conversamos sobre coisas e causos; trocamos impressões... Falamos, sem rancor,das pessoas que não gostam de nós e, com singular prazer, daquelas que nos amam.

Quando pela primeira vez conversei com ele, neste universo, ele ainda não havia nascido. Então, falamos numa língua (Inglês) que não era aquela que lhe esperava ao nascer. O relato desta minha onírica experiência o emocionou.

Noutro dia, no alto de um edifício, sentados numa ampla varanda, conversamos sobre a mais antiga diáspora que este planeta conhece: a do Povo Cigano! Depois, falamos dos Celtas, do seu alfabeto, do Novo Testamento e das tantas metáforas do Velho.

Um ao outro (ou uns aos outros), temos tanto a contar que uma única Vida não basta. O Tempo na Terra é curto: passa como um pássaro em busca de abrigo quando surpresa lhe faz a chuva.

Às vezes me sinto seu filho; noutras me sinto avô! Se inimigos fomos noutra época, motivos havidos para tanto se diluíram na poeira dos astros. Nesse atual reencontro, há uma nova melodia que nos embala e abençoa...

Quando nos abraçamos, sabemos tudo, absolutamente tudo aquilo que ainda não conseguimos compreender nem verbalizar. Nesse abstrato universo, apenas uma sinfonia nos é permitida ouvir. Solerte e solene, ela se impõe e nos acalenta. Quando nos olhamos, compreendemos que somos cúmplices na eterna idade.


*Jairo De Britto.
Ilha de Vitória, Espírito Santo (Brasil)
- 23.Maio.2008 -

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

James Levine


James Lawrence Levine
(Cincinnati, Ohio, 23 de junho de 1943)
é um consagrado maestro e pianista estadunidense. Atual diretor musical do Metropolitan Opera e da Orquestra Sinfônica de Boston.

Levine nasceu em Cincinnati, Ohio em uma família musical: seu avo paterno foi um cantor litúrgico em uma Sinagoga; seu pai foi um violinista e comandava uma banda; e sua mãe era uma atriz. Ele começou a tocar piano ainda pequeno.

Quando tinha apenas 10 anos fez seu primeiro concerto como solista, tocando Concerto para Piano Nº2 de Felix Mendelssohn com a Orquestra Sinfônica de Cincinnati.



Levine estudou música com Walter Levin, primeiro violinista do LaSalle Quartet. Em 1956 ele teve lições de piano com Rudolf Serkin na Escola de Música de Malboro, em Vermont. Nos anos seguintes ele começou a estudar com Rosina Lhévinne na Escola De Música Aspen.




Depis de se graduar na Escola Walnut, uma aclamada escola em Cincinnati, ele entrou para a Escola de Música Juilliard, em Nova Iorque em 1961 e teve aulas com Jean Morel. Ele se graduou em 1964 e uniou-se ao Projeto Maestros Americanos, conectado com a Orquestra Sinfônica de Baltimore.




De 1964 até 1965, Levine serviu como um aprendiz para George Szell com a Orquestra de Cleveland e serviu como maestro assistente até 1970. Nesse mesmo ano fez sua estréia como maestro com a Orquestra da Filadélfia na casa de verão no Robin Hood Dell. Fez sua estréia no mesmo ano com a Ópera Nacional Galês e a Ópera de São Francisco. Levine teve uma associação com a Orquestra Sinfônica de Chicago, onde foi Diretor Musical do Festival de Ravinia de 1973 até 1993.

Levine sua estréia no Metropolitan Opera em Junho de 1971, em uma performance do Festival de Tosca. Seu sucesso conduziu a novas aparições e para sua nomeação como Maestro Principal em 1973. Se tornou Diretor Musical em 1976. Em 1983 serviu como maestro e diretor musical para Franco Zeffirelli na adaptação de La Traviata. Ele se tornou o Primeiro Diretor Artístico em 1986[1] e renunciou em 2004.

Levine fez numerosas apresentações de obras consagradas, como por exemplo: as obras de Mozart, Verdi, Wagner, Richard Strauss, Rossini, Schoenberg, Stravinsky, Weill, Debussy, Berg e Gershwin.



Levine conduziu pela primeira vez a Orquestra Sinfônica de Boston (também conhecida pela sigla BSO) em Abril de 1972. Em Outubro de 2001, Levine foi nomeado Diretor Musical da Orquestra, efetivo entre 2004-2005, com um contrato inicial de cinco anos. É o primeiro estadunidense a conduzir essa orquestra.

A única condição que Levin negociou foi sobre a flexibilidade no tempo para os ensaios, graças a isso a orquestra tem um tempo adicional para se preparar. Desde o início do seu contrato, a orquestra criou um "Fundo de Iniciativo Artístico" de aproximadamente 100 milhões de reais, para financiar os projetos mais caros de Levine.

Levine conduz regularmente na Europa, com a Filarmônica de Viena, Filarmônica de Berlim e em festivais, como o Festival de Bayreuth, Festival de Salzburgo e o Festival de Verbier que ocorre anualmente em Julho. De 1999 até 2004 foi Maestro Chefe da Orquestra Filarmônica de Munique.

Desde 2005 Levine é o Diretor Musical do Centro Musical de Tanglewood, uma academia de verão da Orquestra Sinfônica de Boston.




Levine teve que lidar com questões de saúde nos últimos anos, incluindo a ciática e aquilo que ele chama de "tremura intermitentes". Em 1 de Março de 2006, Levine caiu no palco durante a ovação em pé após uma performance com a Orquestra Sinfônica de Boston, onde rasgou seu manguito rotador em seu ombro direito. Mais tarde foi submetido a uma cirurgia para reparar o prejuízo. Voltou ao pódio em 7 de Julho de 2006, regendo a Orquestra Sinfônica de Boston em Tanglewood. Em 2008 a orquestra anunciou a retirada da maioria dos concertos em Tanglewood graças à necessidade de cirurgia para retirar um rim com um cisto maligno. Retornou ao pódio em Boston, em 24 de Setembro de 2008.



Pesquisa;
Internet/Wikipédia/You Tube