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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Fred Astaire

- Fred Astaire nome artístico de Frederick Austerlitz (Omaha, 10 de Maio de 1899 — Los Angeles, 22 de Junho de 1987) foi um ator e dançarino estado-unidense.-
Hoje 22 de junho, fazem 24 anos de sua morte.



Antes de Fred Astaire estrear no cinema, os dançarinos apareciam nos filmes apenas "em partes": os pés, as cabeças e os torsos eram compostos na sala de edição. Astaire, por sua vez, exigia ser filmado de corpo inteiro. Para isso eram necessários longos ensaios - certa vez chegou a três meses com dez horas diárias de trabalho, com repetições feitas passo a passo e movimentos de câmara acompanhando a coreografia. Em seus filmes, Astaire conseguiu dar nova emoção a dança, fosse ela banal ou repleta de tragicidade.Sua interpretação enriquecia-se pelo que James Cagney chamava de "o toque do vagabundo". Sempre trajado a rigor, seu charme tornou-se lendário.



Fez sua primeira apresentação no palco aos cinco anos com a irmã Adele, que o acompanhava em revistas musicais nos anos 1920, em Londres. Estreou no cinema em 1915, fazendo uma pequena ponta e em 1933 apareceu ao lado de Joan Crawford em Dancing lady. Nesse mesmo ano atuou no primeiro de uma série de dez filmes ao lado de Ginger Rogers. Os dois formavam uma parceria impecável (Ele dava classe a ela, ela dava sex-appeal a ele, explicou certa vez um diretor de estúdio). Hollywood tinha razão ao lhe conferir um Oscar especial em 1949, por sua contribuição à técnica dos musicais no cinema. Ginger Rogers, claro, foi quem lhe entregou o prêmio.



Em 1933 casou-se com Phyllis Potter, que morreu em 1954 com quem teve dois filhos, Fred e Ava. Ele deixou de ser dançarino em 1968 para passar a interpretar papéis dramáticos. Fora dos estúdios não gostava de dançar e dizia que as danças de salão o entediavam. Grande fã de corrida de cavalos, voltou a se casar em 1980 com a jóquei Robbin Smith, 35 anos mais nova que ele.

O arquiteto americano Frank O. Gehry projetou um edifício em Praga, República Tcheca, em homenagem ao casal Fred & Ginger. O edifício toma a forma do casal e parece mostrá-los em plena dança.



Filmografia

Dancing Lady (1933)
Flying Down to Rio (1933) (*)
The Gay Divorcee (1934) (*)
Roberta (1935) (*)
Top Hat (1935) (*)
Follow the Fleet (1936) (*)
Swing Time (1936) (*)
Shall We Dance (1937) (*)
A Damsel in Distress (1937)
Carefree (1938) (*)
The Story of Vernon and Irene Castle (1939) (*)
Broadway Melody of 1940 (1940)
Second Chorus (1940)
You'll Never Get Rich (1941)
Holiday Inn (filme) (1942)
You Were Never Lovelier (1942)
The Sky's the Limit (1943)
Yolanda and the Thief (1945)
Ziegfeld Follies (1946)
Blue Skies (1946)
Easter Parade (1948)
The Barkleys of Broadway (1949) (*)
Three Little Words (1950)
Let's Dance (1950)
Royal Wedding (1951)
The Belle of New York (1952)
The Band Wagon (1953)
Daddy Long Legs (1955)
Funny Face (1957)
Silk Stockings (1957)
On the Beach (1959)
The Pleasure of His Company (1961)
The Notorious Landlady (1962)
Finian's Rainbow (1968)
Midas Run (1969)
Just One More Time (1974)
That's Entertainment! (1974) (narrador)
The Towering Inferno (1974)
The Lion Roars Again (1975)
That's Entertainment, Part II (1976) (narrador)
The Amazing Dobermans (1976)
The Purple Taxi (1977)
Ghost Story (1981)
George Stevens: A Filmmaker's Journey (1985) (documentário)

(*) filmes com Ginger Rogers

Pesquisas:Internet, You Tube.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Camille Saint-Saëns


Camille Saint-Saëns (Paris, 9 de outubro de 1835 – Argel, 16 de dezembro de 1921)
Compositor, pianista e organista francês.
Seu pai morreu quando ele tinha apenas quatro meses de idade, e Camille foi criado pela mãe e por uma tia.

Como havia um piano na casa, aos dois anos e meio de idade o garoto já gostava de brincar com as teclas, e em pouquíssimo tempo já tocava pequenas melodias sem ter sido ensinado por ninguém. Sua mãe e sua tia lhe deram as primeiras lições de teoria musical.

Aos 7 anos de idade já escrevia pequenas peças. Recebeu lições de piano de Camille Stamaty e Alexandre Boëly, e harmonia de Pierre Maleden, e aos 10 anos já conseguia tocar algumas das peças mais difíceis de Mozart e Beethoven.

Apresentou-se em público pela primeira vez na Sala Pleyel, em Paris, a 6 de maio de 1846, sem ter completado ainda 11 anos de idade. Na ocasião, tocou o 3° concerto de Beethoven e o n° 15 de Mozart, para o qual escreveu sua própria cadência. Aos 13 anos de idade, entrou para o Conservatório de Paris, onde estudou órgão com Benoist, contraponto e fuga com Jacques Fromental Halévy.

Para auxiliar a família, tocava órgão na Igreja de St. Merry, e em 1857 obteve o cargo de organista na Igreja da Madeleine, cargo esse que ocuparia por 20 anos. Aos 25 anos já era famoso na Europa inteira como pianista e compositor, tendo escrito três sinfonias, um concerto para violino, um quinteto, peças de música sacra.

Travou amizade com Liszt, que, ao vê-lo improvisando ao órgão de Madeleine, classificou-o como "o maior organista do mundo".



Saint-Saëns conhecia música profundamente, familiarizado com as obras dos grandes compositores europeus antigos e modernos. Possuía uma vasta e sólida cultura em filosofia, ciência e literatura. Em astronomia chegou a alcançar verdadeira autoridade. Escreveu um livro de filosofia, Problèmes et Mystères, versos, uma comédia, e escreveu ele mesmo os libretos de várias de suas óperas.

Saint-Saëns gostava muito de viajar. Movido por impulsos súbitos, fazia excursões repentinas às partes mais distantes do planeta, dava-lhe prazer conhecer lugares exóticos.

Visitou a Espanha, as Canárias, o Ceilão, a Indochina, o Egito, esteve várias vezes na América. Deu concertos no Rio de Janeiro e em São Paulo em 1899, com a colaboração de Luigi Chiafarelli, uma figura de destaque no ambiente musical brasileiro. Visitou também San Francisco na Califórnia.

A morte veio colhê-lo numa cama de hotel em Argel, na Argélia, no dia 16 de dezembro de 1921. Acredito que agora chegou mesmo o meu fim, murmurou, e fechou os olhos para sempre. Já fazia tempo que este homem feliz desejava a morte secretamente.



A obra de Camille Saint-Saëns é imensa: sinfonias, concertos para piano e violino, peças para órgão, música vocal e instrumental, sacra e profana. Entre as peças mais conhecidas deste compositor, podemos citar: o Concerto para violino nº3 em si menor (op. 61), a Danse Macabre, Introdução e Rondò Capriccioso para violino e orquestra (uma peça extremamente brilhante para o violino), o Carnaval dos Animais.




Saint-Saëns compôs várias óperas, mas somente uma delas é tida pela posteridade como uma obra prima imortal: Samson et Dalila (Sansão e Dalila).

Uma amostra da riqueza de suas composições pode ser admirada nas telas de cinema: no primeiro dos filmes do porquinho Babe, o 4º e último movimento da Sinfonia nº3 "Órgào" serve de fundo para a cena do fazendeiro, que canta uma versão inglesa para a belíssima melodia, chamada "If I Had Words".



Pesquisa; Internet.

terça-feira, 7 de junho de 2011

OS POMBOS MORREM DE PÉ


Acaso não me tivessem chamado a atenção, eu jamais o teria notado. Era belo e se consumia na mais ampla serenidade.
De pé sobre o parapeito e suavemente encostado à parede da Academia Brasileira de Letras, o pombo da paz casava o frio de sua morte ao frio da tarde. Fria não somente por ser de julho, mas fria também e principalmente porque mais uma paz morrera nas ruas, como tantas outras que diariamente se esgotam pela indiferença dos homens.
Do baixo céu da tarde pendia um ar pesado trazendo a chuva fina que descia. Dessas frequentemente acontecidas durante o inverno no Rio, obrigando cada um a olhar para o chão e pensar nos seus problemas. 0 dia se abatia e machucava tudo - as árvores, as ruas, as pessoas. Era uma queda horizontal da tarde.
No parapeito - triste beiral sem vento - humilde como o chão, o pombo da paz era campo de aéreas gotas de chuva que mansamente Ihe pousavam nas penas sossegadas. E nos dava o exato motivo de pensar que ele lutara. De que aquela fora uma paz que suara para não deixar nunca de continuar se cumprindo.
De seus olhos imigrava um olhar gelado que perseguia o infinito e era puro como as alturas atingidas. Que alados caminhos espiavam agora os seus olhos de gelo? Teriam acaso outros telhados o seu tranquilo voejar, na intimidade serena das chaminés? Adejaria por quais lugares aquela paz, ali aos poucos se findando, de pé como uma estatua?
Os homens passavam embrulhados de espessa taciturnidade. Dirigiam-se todos de encontro à noite que os esperava quieta, escura sempre. Nos seus recessos talvez uma fuga ou alguma solução para os problemas da quotidiana angustia. A noite, os bares se enchem de nações que logo se desfazem quando os sonhos adormecem.
Morto, estranhamente em pé, continuava o pombo feito uma estátua da paz, que pela paz e sendo paz, em paz se consumia.

Ernesto Penafort

(A medida do azul. Manaus, Governo do Estado do Amazonas, 1982. Introdução de L. Ruas)