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segunda-feira, 27 de abril de 2009

Parfum exotique



Quand, les deux yeux fermés, en un soir chaud d'automne,
Je respire l'odeur de ton sein chaleureux,
Je vois se dérouler des rivages heureux
Qu'éblouissent les feux d'un soleil monotone;

Une île paresseuse où la nature donne
Des arbres singuliers et des fruits savoureux;
Des hommes dont le corps est mince et vigoureux,
Et des femmes dont l'oeil par sa franchise étonne.

Guidé par ton odeur vers de charmants climats,
Je vois un port rempli de voiles et de mâts
Encor tout fatigués par la vague marine,

Pendant que le parfum des verts tamariniers,
Qui circule dans l'air et m'enfle la narine,
Se mêle dans mon âme au chant des mariniers.

— Charles Baudelaire

domingo, 26 de abril de 2009

Charles Baudelaire


CHARLES BAUDELAIRE

Charles Baudelaire Biographie
Nationalité : française
Naissance : 09 April 1821 à Paris
Mort le : 31 August 1867


Charles Baudelaire, Cimitière de Montparnasse

Métiers : Poète, Essayiste
Baudelaire naît en 1821. Il n'a que 7 ans lorsque son père meurt et supporte mal le remariage de sa mère avec le chef de bataillon, Jacques Aupick. En 1839, il se fait renvoyer de son lycée et choisit de mener une vie en opposition aux valeurs bourgeoises incarnées par sa mère et son beau-père. Ce dernier, jugeant la vie de son beau fils scandaleuse, décide de l’envoyer en voyage vers les Indes. Ce voyage imprègnera durablement l’imaginaire du futur poète, notamment l’amour de la mer, et la vision récurrente d’un ailleurs exotique.

Charles Baudelaire, Cimitière de Montparnasse

De retour à Paris, il s’éprend de Jeanne Duval. Endetté, il est placé sous tutelle judiciaire et commence alors à composer quelques poèmes. A ses heures, Baudelaire est également critique d’art et journaliste.



Jardin du Luxembourg – Paris

Après 1839, Baudelaire commence sa carrière d'écrivain. Il fréquente des hommes de lettres (Nerval, Balzac) et mène à Paris une vie de plaisirs et d'insouciance qui paraît scandaleuse à son beau-père. En 1841, il s'embarque pour un long voyage vers les Indes, mais, pris de nostalgie, il revient au bout de dix mois sans être parvenu à destination. Ce voyage pourtant éveille en lui l'amour de la mer et de l'exotisme qui vont enrichir son inspiration. À son retour, il demande sa part de l'héritage paternel pour vivre comme il l'entend. Il devient un dandy parisien et se lie avec Jeanne Duval, une jeune mulâtresse qui restera sa compagne jusqu'à sa mort, en dépit des crises qui secouent leur liaison.
En 1844, sa famille, alarmée par les dépenses du jeune homme qui a alors 23 ans, lui impose un conseil judiciaire qui limite l'argent qu'il peut toucher régulièrement : désormais, il va vivre misérablement.



Charles Baudelaire, Cimitière de Montparnasse

En 1848, il participe aux barricades. Les Fleurs du mal paraissent en 1857 : le recueil est en partie condamné pour "outrage à la morale publique et aux bonnes mœurs". La nouvelle édition de 1861 sera enrichie et restructurée mais aussi amputée de six poèmes interdits par le juge Pinar (Les bijoux ; Le Léthé ; À celle qui est trop gaie ; Lesbos ; Femmes damnées ; Les métamorphoses du vampire), réunis plus tard sous le titre Les Épaves.


Baudelaire part pour la Belgique et se fixe à Bruxelles où il prépare un pamphlet contre ce pays qui figure à ses yeux une caricature de la France bourgeoise. Il meurt d'aphasie et de paralysie à Paris en 1867.Iil meurt à l'âge de 46 ans.

Il est enterré au cimetière du Montparnasse, dans la même tombe que son beau-père le général Aupick et que sa mère.

Il fut également le premier traducteur en français d'Edgar Allan Poe, notamment des Histoires extraordinaires.
Personnalités associées à Charles Baudelaire
Personnalités Similaires Oscar Wilde, Paul Verlaine, Victor Hugo, Arthur Rimbaud, Honoré Daumier



Inspirations Eugène Delacroix, Auguste Rodin, Heinrich Heine , Stéphane Mallarmé, Aloysius Bertrand
Collaborations Nadar, Edgar Allan Poe, Stefan Zweig
Amis/Famille Théophile Gautier, Villiers de l'Isle Adam


‘Tout enfant, j'ai senti dans mon cœur deux sentiments contradictoires : l'horreur de la vie et l'extase de la vie. ”

terça-feira, 21 de abril de 2009

Johann Pachelbel


Johann Pachelbel

(Nuremberg, 1 de setembro de 1653 — Nuremberg, 9 de março de 1706)

Foi um músico, organista, professor e compositor alemão do estilo barroco.
Compõe um grande acervo de música sacra e secular, e suas contribuições para o desenvolvimento do prelúdio coral e fuga dão-lhe lugar entre os mais importantes compositores da época barroca.

Nascido na cidade alemã de Nuremberg, e, batizado em 1 de setembro de 1653 na mesma localidade, Johann Pachelbel cresceu numa região culturalmente ativa na época. Desde cedo, demonstrou talento e, incentivado pelo pai, iniciou os estudos com o músico Heinrich Schwemmer e, posteriormente, com o organista Georg Caspar Wecker. A excelente habilidade musical o levou, aos 15 anos, para a Universidade de Altdorf. Por lá, foi organista em Lorenzkirche, abandonando o cargo menos de um ano depois, por falta de dinheiro.

Na primavera de 1670, matriculou-se no Gymnasium Poeticum, em Regensburg para prosseguir seus estudos de música com Kaspar Prentz, mestre que o apresentou à música italiana. Em 1673, Pachelbel decidiu voltar para Viena, onde passaria alguns anos como vice-organista da Catedral de Santo Estevão e depois, um ano como organista da corte em Eisenach, na Alemanha.

Em junho de 1678, Pachelbel foi nomeado organista da Protestant Predigerkirche, em Erfurt, onde permaneceu por 12 anos. No decorrer deste período, alcançou sucesso extraordinário como organista, compositor e professor. Casou-se duas vezes. Ele perdeu a primeira esposa e o filho contaminados pela peste, em 1683, e casou-se novamente em 1684.

Depois de deixar Erfurt em 1690, passou breves períodos como organista em Stuttgart e Gota. No verão de 1695, voltou à sua Nuremberg natal para trabalhar os últimos 11 anos de sua vida, como organista na Igreja St. Sebalduskirche. Em 1699, produziu a importante coleção de seis árias, Hexachordum Apollinis, para órgão. Pachelbel Johann morreu, aos 53 anos, no dia 3 de março de 1706, mas acredita-se que ele tenha sido enterrado no dia 9.

Deixou dois filhos, Wilhelm Hieronymous Pachelbel e Charles Theodore Pachelbel, ambos músicos e organistas. De religião protestante, foi notavelmente compositor para órgão, predominantemente para músicas religiosas da Igreja Protestante alemã, músicas as quais foram muito influenciadas por seu conhecimento em música religiosa Católica tanto da Áustria, bem como da Itália.

***

Sua peça mais famosa é "Canon em Ré Maior", peça barroca até hoje interpretada por diversos músicos e orquestras, tornando-se até música-tema para filmes. Esta obra, mais do que seu compositor, alcançou fama mundial até os dias de hoje e atualmente é muito executada em casamentos por sua doçura e suavidade. Cânon (ou Kanon, em alemão) é uma peça musical de repetições feitas para 3 violinos e um violoncelo contínuo, ou seja, o 1º violino (ou primeira voz) inicia com parte da melodia, e depois de uma seqüência de acordes de I IV e V graus, este inicia outra parte no mesmo momento que o 2º violino inicia a mesma melodia já tocada pelo 1º, sendo que quando o 3º violino inicia a mesma melodia já tocada pelo 1º e 2º violinos, o 2º passa a tocar o que o 1º tocou, em suma, são blocos de quatro compassos tocados pelo 1º violino, os quais são repetidos pelos demais, tornando melodias harmonicamente sobrepostas.


Johann Pachelbel - Canon in D Major from "London Symphony Orchestra Play Great Classics".

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Pachelbel escreveu outras peças e trabalhos livres como tocatas, fantasias e fugas, bem como peças para corais. Sua música para órgão inclui 70 corais e 95 fugas para o Magnificat. Compôs considerável número de cantatas para a igreja luterana e sonatas para vários instrumentos, especialmente o violino.

Pachelbel foi professor do irmão mais velho do famoso compositor Johann Sebastian Bach, Johann Christoph Bach, o qual, por sua vez, ensinou o irmão, que recebeu, assim, influência indireta de Pachelbel.

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Photograph of the Pachelbel's grave on Rochusfriedhof,Germany.

sábado, 11 de abril de 2009

Flores do Brasil, na lente de Antônio Carlos Januário


(Uma papoula bem brasileira!(Papaver intermedium - Fam-Papaveraceae)



As maravilhosas Campânulas silvestres.(Campanella bononiensi)



Belas flores de Urucum -(Nome científico: Bixa orellana L)



Uma belíssima 'Tigridia pavonia',(Tigrida) (Flor de tigre)(Flor de um dia) da família Iridaceae

Fotografias de Antônio Carlos Janúario, advogado,Minas Gerais, Brasil.

MARES NUNCA D' OUTREM NAVEGADOS

(Cabo Sardão -Alentejo- Portugal)

Escrever sobre o Alentejo sem nunca ter estado em Portugal, como seria isso possível? Seria como falar do outono de New England sem nunca ter visto , in loco, as tonalidades das folhas nessa especial estação. Ou como falar dos ursos que em nosso inverno nunca vieram hibernar.

(Monsaraz-Alentejo-Portugal)

E no entanto falamos. E como poetas, cantamos, em nosso ritmo próprio, tantos as paisagens que nos são peculiares, tão nossas, como as que são de outros. Cantamos nossas montanhas, se as temos, nossas planícies, se as desbravamos, nossa gente com quem convivemos. Mas também divagamos por longos desertos que nunca percorremos, por galáxias que jamais viremos a conhecer: os tais 'mares' nunca d'outrem, nunca d'antes, navegados.

Especialmente quando escrevemos sobre o nosso e outros mundos, é o espaço mítico que criamos, a alma apossando-se da geografia própria, ou alheia, para transformá-la em símbolos, em matéria de sonho.

(Evoramonte-Aentejo- Potugal)

Um alentejano poderia escrever sobre Minas sem nunca minha região ter visitado. Eu o entenderia: o imaginário não se limita ao tempo-espaço, tem a sua característica dinâmica por onde transita todo o universo.

O mito é recorrente, eterno, ultrapassa o homem. Independente, caminha com as próprias, teimosas, pernas, é de todos, e ainda não se fixa,
não é prerrogativa de ninguém.


Fernando Campanella

*Imagens de Aletejo, Portugal, retiradas da Net.

Fotografias que me encantam!







Siddhartha Gautama


Sidarta Gautama, O buda.
Eem sânscrito सिद्धार्थ गौतम, transl. Siddhārtha Gautama, em páli Siddhāttha Gotama.

Buda (Buddha, título honorífico em sânscrito que significa "Aquele que sabe", ou "Aquele que despertou"), mais especificamente como Buddha Śākyamuni ("o sábio dos Śākya").

Sidarta nasceu no ano de 560 aC e era filho de um rei do povo Sakhya que habitava a região da fronteira entre a Índia e o Nepal. Buda viveu durante o período áureo dos filósofos e um dos períodos espirituais mais incríveis da história; foi contemporâneo de Heráclito, Pitágoras, Zoroastro, Jain Mahavira e Lao-Tsé.

No palácio, a vida de Gautama era cercada de conforto e paz.
Casou e teve um filho, mas vivia totalmente protegido de contato com o exterior, por ordem de seu pai.
Uma tarde, fugindo dos portões do palácio, o jovem Gautama viu 3 coisas
que iriam mudar sua vida: um ancião que, encurvado, não conseguia andar
e se apoiava num bastão, um homem que agonizava em terríveis dores devido a uma doença interna, um cadáver envolvido num sudário de linho branco.
Essas 3 visões o puseram em contato com a velhice, a doença e a morte, conhecidas como “as três marcas da impermanência", e o deixaram profundamente abalado.
Voltando para o palácio, ele teve a quarta visão: um Sadhu, um eremita errante cujo rosto irradiava paz profunda e dignidade, que impressionou Gautama a tal ponto que ele decidiu renunciar à sua vida de comodidade e dedicar o resto de sua vida à busca da verdade.

Abandonando o palácio, ele seguiu de início a senda do ascetismo,
jejuando até que se convenceu da inutilidade destas práticas, e continuou sua busca. Durante 7 anos esteve estudando com os filósofos da região e continuava insatisfeito. Por fim, em uma de suas viagens, chegou a Bodh Gaya, onde encontrou uma enorme figueira e tomou a resolução de não sair de lá até ter alcançado a iluminação. Durante 49 dias ele permaneceu sentado à sobra da figueira,
em profunda meditação, transcendendo todos os estágios da mente até atingir a Iluminação, um estado chamado nirvana. Desde então foi chamado de Buda (o que despertou) ou Shakyamuni (o sábio dos shakyas). Seus ensinamentos nascidos dessas experiência são conhecidos como o Caminho do Meio, ou simplesmente o dharma (a lei). Do momento em que atingiu o nirvana, aos 35 anos de idade, até sua morte, aos 80, Buda viajou ininterruptamente por toda a Índia, ensinando e fundando comunidades monásticas.

Buda ensinou o dharma a todos, sem distinção de sexo, idade ou casta social,
em seu próprio idioma, um dialeto do nordeste da Índia, evitando o sânscrito empregado pelos hinduístas e eruditos, que era um símbolo de uma casta que não significava sabedoria, pois os brâmanes tinham cargos hereditários.
Costumava recomendar a seus discípulos que ensinassem em suas próprias línguas, de forma que a doutrina foi ficando conhecida em vários países.

Suas últimas palavras foram:

'Handa dani bhikkhave amantayami vo vaya dhamma sankhara appamadena Sampadetha'

“A decadência é inerente a todas as coisas compostas.
Vivei fazendo de vós mesmos a vossa ilha, convertendo-vos no vosso refúgio. Trabalhai com diligência para alcançar a vossa Iluminação”.


Também assim traduzido:

Tudo o que foi criado está sujeito à decadência e à morte. Tudo é impermanente. Trabalhem duro pela própria salvação com atenção plena, esforço e disciplina"


*Estudos arqueológicos e antropológicos atuais aceitam que, na verdade, Sidarta Gautama não foi um príncipe, mas o filho do dirigente de uma das várias repúblicas aristocráticas que existiam na Índia naquela época (como muito mais tarde foi Veneza). A versão de príncipe, contudo, é aceita normalmente pelas diversas escolas budistas, inclusive por conta dos mitos do inconsciente coletivo que se manifestam em outras histórias em diferentes regiões do planeta.

Pesquisa:Net.


Yury Frolov plays Massenet's "Elegie", accompanied by Emma Lippa.
Recital in Melbourne, Australia 2005


Joshua Bell plays 'Elegie' by Jules Massenet.

Jules Massenet



Jules Émile Frédéric Massenet
Nasceu em Montaud, 12 de maio de 1842 - Paris,
e faleceu em 13 de agosto de 1912.

Foi um compositor francês. Foi especialmente conhecido por suas óperas,
muito populares no final do século XIX e início do século XX.

Nascido em Montaud, perto de Saint-Étienne, mudou-se com sua família para Paris,
a fim de que pudesse estudar em conservattório.
Ganha o "Grand Prix" de Roma em 1862 e vive por lá durante três anos.
Seu primeiro grande sucesso foi o oratório Marie-Madeleine, aclamado por seus contemporâneos Tchaikovsky e Gounod.

Massenet deixa de compor para servir como soldado na guerra Franco-Prussiana,
mas um ano depois (1871) volta, ao fim da guerra.
Foi professor de composição de grande influência no Conservatório de Paris
a partir de 1878, tendo como alunos Gustave Charpentier, Reynaldo Hahn e Charles Koechlin.

Suas óperas mais famosas foram:
Manon (estreada em 1884), Werther (em 1892) e Thaïs (em 1894).
São representadas freqüentemente, com enorme sucesso.

Massenet usou o leitmotiv de Wagner em suas obras, mas adotou uma
certa matiz francesa - criticadas por alguns,
que a consideraram muito "enfeitada".

Além das óperas, escreveu também balés,
oratórios, cantatas, peças orquestrais e cerca de 200 canções.


Esse breve relato da vida do compositor, foi retirado de:Wikipédia.

sábado, 4 de abril de 2009

HANNAH SZENES


Hannah Szenes nasceu em Budapeste, na Hungria, no seio de uma abastada família de intelectuais judeus. O seu pai, Bela Szenes, escritor e jornalista de sucesso, morreu quando ela e Giora - o seu único irmão, um ano mais velho - eram ainda muito jovens. Hannah tinha apenas seis anos e a sua mãe, Katherine, teve que criá-los sozinha.

Durante a infância, Hannah teve pouco contacto com o judaísmo, pois os seus pais, assim como muitos judeus húngaros, haviam-se assimilado totalmente ao meio circundante.
Hannah era uma criança especial. Desde pequena demonstrava a força de carácter que moldou a sua vida, sempre dizendo que queria “fazer uma diferença, no mundo”. Brilhante desde a infância, logo demonstrou um notável talento literário especialmente para a poesia, primeiro em húngaro e, posteriormente – após se tornar uma ardente sionista – em hebraico. Com 13 anos iniciou um diário no qual registou os seus pensamentos e os acontecimentos que marcaram a sua curta vida. É através das suas palavras no diário e das suas poesias que Hannah se revela. A sua vida em Budapeste Hannah e o seu irmão receberam uma excelente educação, frequentando as melhores escolas de Budapeste. Até completar dez anos, a menina, excelente aluna, estudou numa escola pública de Budapeste, até conseguir ser aceite numa escola particular protestante, só para meninas. A escola havia recentemente aberto as suas portas a católicos e judeus, desde que pagassem uma mensalidade maior. No caso de uma jovem católica, a escola cobrava o dobro da mensalidade “normal” e, quando se tratava de uma judia, o triplo. Apesar do crescente anti-semitismo na Budapeste da década de 30, a mãe de Hannah nunca pôs de parte a hipótese de colocar os filhos numa escola judaica.

Foi nesta escola protestante que Hannah começou a conhecer e amar o judaísmo. Um dos seus professores era o rabino-chefe de Budapeste, Imre Benoschofky. Grande estudioso e ardente sionista, o rabino Benoschofky teve uma profunda influência sobre o nascente interesse da jovem pelo judaísmo e sionismo, por tudo que dizia a respeito do seu povo. Foi também nesta escola que Hannah teve os seus primeiros contactos com o anti-semitismo e com a discriminação imposta aos judeus.

A década de 1930 foi difícil para os judeus da Europa, um prelúdio do terrível pesadelo que iria abater-se sobre a população judaica da região. Após a Primeira Guerra Mundial, um crescente sentimento anti-semita começava a tomar conta da Hungria. Assim como em outras partes da Europa, os judeus eram vistos como os “grandes responsáveis“ por todos os males do país. O crescente anti-semitismo oficial resultara na promulgação de uma dura legislação anti-judaica .
Na época, Hannah era uma jovem bonita, talentosa e decidida. Ao completar 17 anos foi eleita presidente da sociedade literária da escola, mas não assumiu o posto, pois foi informada de que jamais uma judia poderia assumir a presidência de tal – ou de qualquer outra – sociedade. Na ocasião, a jovem escreveu em seu diário: “Você precisa ser alguém excepcional para lutar contra o anti-semitismo... Só hoje comecei a realmente entender o que significa ser judeu numa sociedade cristã. Mas eu não me importo. É porque temos sempre que lutar muito por tudo que queremos; é porque é sempre mais difícil para nós, judeus, atingirmos os nossos objectivos que acabamos desenvolvendo qualidades excepcionais... Se eu fosse cristã, todas as profissões estariam abertas para mim”.
Hannah sabia que se tornar cristã, como lhe havia sido sugerido e como outros haviam feito, não era uma opção para ela. Ao invés de se converter, abandonou a sociedade literária, cortando todos os vínculos que tinha com a entidade. Na mesma época tornou-se membro de um grupo sionista jovem e muito activo, os Macabim. No final de Outubro de 1938, escreveu no seu diário: “Tornei-me sionista e esta palavra tem para mim inúmeros significados. Agora sinto de uma forma consciente e profunda que sou judia e muito orgulhosa de o ser. Minha meta é ir para Eretz Israel e tudo farei para consegui-lo”.
Em Março de 1939 Hannah formou-se. Era uma das melhores alunas da classe e os seus professores tentaram fazê-la desistir da ideia de deixar a Hungria e ir para Eretz Israel, pois acreditavam que ela devia tornar-se cristã e, comas suas notas,poderia ingressar na universidade e ter “um futuro promissor”. Mas a jovem estava mais do que decidida. Assim que recebeu a resposta de sua admissão numa escola agrícola em Nahala, embarcou rumo ao seu sonho – a Terra de Israel. Era Setembro de 1939 e a Alemanha já iniciara a sua campanha mortífera contra a Europa e os judeus.




Sonho realizado

Ao chegar em Eretz Israel, Hannah escreveu a sua primeira carta para a mãe revelando a sua felicidade por lá estar: “Estou em casa. Aqui é para onde me trouxe a minha ambição de vida – poderia dizer minha vocação, porque sinto que, por estar aqui, estou cumprindo uma missão, não apenas vegetando; aqui cada vida é o cumprimento de uma missão.” Para completar a sua alegria, o seu irmão Giora juntou-se a ela poucos meses depois.
Em 1941 Hannah integrou-se ao Kibutz Sdot Yam, perto de Cesáreia, e alistou-se na Haganá. No ano seguinte, entrou para o Palmach, braço armado da Haganá. Enquanto estava em Sdot Yam, Hannah escreveu várias poesias e uma peça sobre a vida no kibutz. Mas as terríveis notícias sobre a situação dos judeus na Europa a deixavam angustiada e preocupada. Assim como todos em Eretz Israel, ela sentia que devia fazer algo para ajudar os judeus europeus. Estava também preocupada com a sua mãe, que ainda vivia em Budapeste. Hannah queria de alguma forma voltar para a Hungria para salvar a mãe e ajudar a organizar a saída de judeus – especialmente os jovens – do país e da Europa. Em 1943, um milhão e duzentos e cinquenta mil judeus ainda estavam vivos na Hungria, Eslováquia, Roménia e Bulgária.
Em 1943, Hannah alistou-se no exército britânico para poder participar da luta contra os nazistas, voluntariando-se para uma operação de salvamento. O projecto originara nas pesadas perdas sofridas por bombardeiros aliados durante os ataques. Os britânicos estavam convencidos de que havia necessidade de mais informações sobre as defesas alemãs. Diante disso, a liderança da Haganá fez uma proposta à Grã Bretanha: judeus com ligações nessas regiões poderiam ser lançados de pára-quedas, sobre a Europa, para exercer a dupla função de agentes secretos, ajudando os Aliados na Europa, e, ao mesmo tempo, tentar organizar alguma forma de resistência nas comunidades judaicas.
Depois de muita hesitação, os britânicos aprovaram o plano e 32 judeus palestinos – 30 homens e 2 mulheres – foram aceites para a missão. Hannah estava entre os primeiros a se alistar. Os britânicos levaram os jovens para o Cairo, no Egipto, onde foram treinados. Todos que haviam se voluntariado para a missão eram nativos das regiões para as quais seriam eventualmente enviados, falavam as línguas fluentemente e ainda tinham parentes nesses países. Ninguém punha em dúvida a coragem e a bravura dos jovens; todos sabiam que a missão era muito perigosa e que poucos retornariam com vida. Hannah incentivava os seus companheiros, dizendo: “Somos os únicos a poder ajudar, não temos o direito de pensar na nossa própria segurança; não temos o direito de hesitar, de ter medo... é melhor morrer com a consciência do dever cumprido do que voltar sabendo nem haver tentado”.

A missão

Em Março de 1944, uma semana antes de que os alemães ocupassem a Hungria, Hannah e mais quatro pára-quedistas foram lançados por aviões aliados sobre a Eslovénia, rumo a Budapeste. Esperavam conseguir, com a ajuda dos partisans de Tito, atravessar a fronteira da Hungria. Hannah ficou três meses com este grupo para que a ajudassem a chegar até a Hungria. Foi nesta época que ela escreveu um de seus mais famosos poemas – “Abençoado o fósforo”.

No dia 7 de Junho de 1944, no período da mais intensa deportação de judeus húngaros pelos nazistas, Hannah cruzou a fronteira da Hungria. Atravessou com dois companheiros e alguns guias mais de 450 quilómetros de território controlado pelas tropas alemãs. As ordens britânicas eram precisas: primeiro deveriam ser socorridos os pára-quedistas britânicos em mãos dos nazistas. Só depois de completar esta missão os jovens poderiam ajudar os judeus locais.

Mas toda a missão chegou bruscamente ao fim poucos dias após a sua chegada. Traída por um informante – um dos partidários de Tito que fazia parte do grupo – Hannah foi capturada pela polícia húngara. No momento em que foi detida, estava de posse de um rádio transmissor.

Presa, foi levada para uma prisão em Budapeste. A Gestapo e o serviço de contra-espionagem húngaro interrogaram-na e a torturaram brutalmente durante vários meses. Queriam que ela revelasse detalhes da sua missão e o código britânico de rádio. Mas Hannah não revelou qualquer informação. Na tentativa de fazê-la falar, a polícia prendeu no dia 17 de Junho a sua mãe, Katherine Szenes, que ainda vivia em Budapeste, acreditando que os seus filhos estivessem a salvo em Eretz Israel. Ameaçaram a jovem de torturar a sua mãe na sua frente e depois matá-la. Mesmo assim, Hannah não cedeu e não revelou o código. No primeiro dos poucos encontros que teve com a mãe, apesar de ferida pelas torturas e espancamentos, pediu que a mãe compreendesse por que tinha que ficar calada – não poderia trair o seu povo. “Mãe, perdoa-me” disse, chorando, a jovem à mãe que a olhava sem acreditar no que via: a sua filha, naquela prisão, presa e ferida, e não a salvo em Eretz Israel. No fundo do seu coração Katherine sabia que – apesar de Hannah negar o facto – a sua filha voltara à Hungria por sua causa, para tentar salvá-la. Enquanto na prisão, vários dos detidos contaram para Katherine quão gentil e bondosa era a jovem; contaram que antes da sua chegada, haviam perdido toda e qualquer esperança, mas que ela era uma como uma luz na escuridão, que transmitia a todos a força para continuar a lutar e a ter fé. Ela cantava, ensinava músicas, danças, o hebraico. Contava sobre Eretz Israel, a história da sua Terra, a esperança no futuro, a esperança do dia da vitória do povo de Israel. Um deles escreveu: “A sua atitude frente à Gestapo e às SS foi memorável. Ela sempre parava à sua frente, alertando-os sobre o destino que teriam após a sua derrota. Curiosamente, aqueles animais selvagens, dos quais qualquer traço de humanidade parecia ter desaparecido, sentiam-se envergonhados na presença dessa jovem refinada e corajosa”.

Convencidos de que a jovem não falaria e sentindo que os alemães estavam prestes a serem derrotados, a policia húngara acabou libertando Katherine Szenes em Yom Kipur.

O julgamento

Depois de cinco meses na prisão, no dia 28 Outubro de 1941, Hannah foi levada a um suposto julgamento, acusada de “traição” contra a Hungria. O “julgamento” ocorreu apesar de ser evidente desde Setembro que a Alemanha estava perdendo a guerra, e que a Hungria queria libertar-se do jugo nazista.

Durante o “processo” ela defendeu com firmeza as suas ações e os seus ideais. Recusou-se a pedir clemência. Corajosa até ao fim, foi executada por um pelotão de fuzilamento no dia 7 de Novembro. Na hora da execução não quis colocar a venda sobre os olhos, queria encarar o seu destino e os seus carrascos. Prisioneiros que testemunharam a sua execução ficaram emocionados com tanta coragem. As suas últimas palavras para os companheiros foram: “Continuem no caminho, não se deixem deter. Continuem a luta até ao fim, até que a liberdade chegue, o dia da vitória para o nosso povo”. Hannah tinha somente 23 anos.



Poucos dias depois os russos tomaram Budapeste, prendendo ou matando todos os nazistas ou aqueles que os haviam apoiado. A sua mãe conseguiu sair de Budapeste e foi juntar-se ao filho Giora, em Israel.

Hannah tornara-se um símbolo de heroísmo e dedicação. A sua coragem pessoal foram fonte de inspiração e estímulo para os judeus da Europa, mesmo que ela e os seus companheiros não tivessem tido sucesso nas suas missões. A sua imagem jovem e radiante, usando o uniforme militar, podia ser vista nas casas de cada cidade e vilarejo de Eretz Israel.

Em 1950, os restos mortais de Hannah foram levados para Israel e novamente enterrados, com honras militares, no cemitério militar localizado no Monte Herzl.
Um vilarejo foi nomeado Yad Hannah em sua homenagem. O seu diário e os seus trabalhos literários foram publicados em hebraico, em 1945, sendo posteriormente traduzidos para vários idiomas, inclusive o húngaro.
Ela foi também tema de inúmeros trabalhos artísticos, entre os quais uma peça teatral de autoria do escritor israelita Aharon Megged e um filme. Vários poemas de autoria de Hannah, entre os quais “A caminho de Cesaréia” e “Abençoado o fósforo” foram musicados.

Eli,Eli

Meu Deus, meu Deus, que não acabem nunca
a areia e o mar,
o murmurar das águas,
os relâmpagos dos céus,
as orações dos homens.

אלי, אלי, שלא יגמר לעולם
החול והים
רישרוש של המים
ברק השמים
תפילת האדם

(Hannah Szenes)


A mi madre

¿Dónde aprendiste a borrar las lágrimas?
¿A soportar el dolor en secreto?
Ocultar en tu corazón la queja,
el sufrimiento, el llanto, el tormento...
¡Escucha el viento!
Desgañitado
brama en la garganta, en las montañas.
Mira el mar...
con ira destructora azota los dones de las rocas.

Toda la naturaleza se agita, tiembla.
¿De dónde viene este silencio en tu corazón?
¿Dónde conociste la fortaleza?

Hannah Szenes

Bibliografia:
Sachar, Abraham, The Redeption of the Unwanted
Slater, Elinor and Robert, Great Jewish Women
Entrevista de Katherine Szenes a David Alster Yardeni, em 7 de maio de 1987, na internet.

Hannah Senesh



(Or Chana Senesh) (Hebrew: חנה סנש‎) (Hungarian: Szenes Anikó)

(July 17, 1921 – November 7, 1944)

was a Hungarian Jew, one of 37 Jews living in Palestine, now Israel,
who were trained by the British army to parachute into
Yugoslavia during the Second World War in order to help save
the Jews of Hungary, who were about to be deported to the German
death camp at Auschwitz.

Szenes was arrested at the Hungarian border, imprisoned and tortured, but she refused to reveal details of her mission and was eventually tried and executed by firing squad. She is regarded as a national heroine in Israel,
where several streets and a kibbutz are named after her,
and her poetry is widely known.

Szenes was born on July 17, 1921, to an assimilated Jewish family in Hungary.
Her father, Béla, a journalist and playwright, died when she was six years old.
She continued to live with her mother, Katrina, and her brother, György (Giora).

She enrolled in a Protestant private school for girls which also accepted Catholic and Jewish pupils, however, she had to pay three times the regular tuition because she was Jewish. This, along with the realization that the situation of the Jews in Hungary was becoming precarious, prompted Szenes to embrace Judaism. She announced to her friends that she had become a Jew, and joined Maccabea, a Hungarian Zionist students organization.

Szenes graduated in 1939 and decided to emigrate to what was then the British Mandate of Palestine in order to study in the Girls' Agricultural School at Nahalal. In 1941, she joined Kibbutz Sdot Yam and then joined the Haganah, the paramilitary group that laid the foundation of the Israel Defense Forces. In 1943, she enlisted in the British army and began her training in Egypt as a paratrooper for the British Special Operations Executive (SOE).

Arrest and torture

In March 1944, she and two male colleagues, Yoel Palgi and Peretz Goldstein,
were parachuted into Yugoslavia and joined a partisan group. After landing,
they learned the Germans had already occupied Hungary, so the men decided to call off the mission as too dangerous.[1] Szenes continued and headed for the Hungarian border. At the border, she was arrested by Hungarian gendarmes, who found the British military transmitter she was carrying, used to communicate with
the SOE and other partisans. She was taken to a prison in Budapest,
tied to a chair, stripped, then whipped and clubbed for several hours.
The guards wanted to know the code for her transmitter so
they could find out who the other parachutists were.
She did not tell them, however, even when they brought her mother into
the cell and threatened to torture her too.
While in jail, Szenes used a mirror to flash signals out of the window to the Jewish prisoners in other cells, and communicated with them using large cut-out letters in Hebrew that she placed in her window one at a time, and by drawing the Magen David in the dust. She tried to keep their spirits up by singing.

Trial and execution


She was tried for treason on October 28, 1944. There was an eight-day postponement to give the judges more time to find a verdict, followed by another postponement, this one because of the appointment of a new Judge Advocate. She was executed by a firing squad before the judges had returned a verdict. She kept diary entries until her last day, November 7, 1944. One of them read: "In the month of July, I shall be twenty-three/I played a number in a game/The dice have rolled. I have lost," and another: "I loved the warm sunlight."
Szenes's gravestone

Her diary was published in Hebrew in 1946. Her remains were brought to Israel in 1950 and buried in the cemetery on Mount Herzl, Jerusalem.
Her tombstone was brought to Israel in November 2007 and placed in Sdot Yam.

After the Cold War, a Hungarian military court officially exonerated her.
Her kin in Israel were informed on November 5, 1993.
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Szenes was a poet and playwright, writing both in Hungarian and Hebrew. The following are four of her better known poems or songs. The best known of these is Halikha LeKesariya ("A Walk to Caesarea"), commonly known as Eli, Eli,


Walk to Caesaria (Eli, Eli)


My God, My God
May these never end...
The sand and the sea
The rustle of the waters
The lightning of the heavens,
The prayer of man.


Hannah Senesh

אלי, אלי

אלוהים, אלוהים
אלה מעולם לא סוף מאי ...
את החול והים
את רשרוש של המים
את בזק של השמים,
התפילה של האיש

חנה סנש




The Hannah Senesh, grave.