(Dublin, 2 de fevereiro de 1882 — Zurique, 13 de janeiro de 1941)
Não te cansaste do ardor trilhado,
Fulgor do decaído serafim?
Não lembre os dias encantados!
Teu olhar tem meu coração queimado
E tens até sua vontade enfim.
Não te cansaste do ardor trilhado?
Acima das chamas louvores elevados
Ao longo dos oceanos assim.
Não lembre os dias encantados!
Nosso rompido pranto angustiado
Sobe tal um hino – sem fim.
Não te cansaste do ardor trilhado?
Quando em sacrifícios mãos elevadas
O cálice transborda sobre mim.
Não lembre os dias encantados.
E ainda fixamente tens olhado
Com gestos lânguidos para mim!
Não te cansaste do ardor trilhado?
Não lembre os dias encantados.
James Joyce
Trad.by leonardo de magalhaens
Poem found in the novel:
'A PORTRAIT OF A ARTIST AS A YOUNG MAN'
(1904)
Are you not weary of ardent ways,
lure of the fallen seraphim?
Tell no more of enchanted days.
Your eyes have set man's heart ablaze
And you have had your will of him.
Are you not weary of ardent ways?
Above the flame the smoke of praise
Goes up from ocean rim to rim.
Tell no more of enchanted days.
Our broken cries and mournful lays
Rise in one eucharistic hymn.
Are you not weary of ardent ways?
While sacrificing hands upraise
The chalice flowing to the brim,
Tell no more of enchanted days.
And still you hold our longing gaze
With languorous look and lavish limb!
Are you not weary of ardent ways?
Tell no more of enchanted days.
James Joyce
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James Augustine Aloysius Joyce (Dublin, 2 de fevereiro de 1882 — Zurique, 13 de janeiro de 1941) foi um romancista, contista e poeta irlandês expatriado. É amplamente considerado um dos autores de maior relevância do século XX. Suas obras mais conhecidas são o volume de contos Dublinenses/Gente de Dublin (1914) e os romances Retrato do Artista Quando Jovem (1916), Ulisses (1922) e Finnegans Wake (1939) - o que se poderia considerar um "cânone joyceano". Também participou dos primórdios do modernismo poético em língua inglesa, sendo considerado por Ezra Pound um dos mais iminentes poetas do imagismo.
Embora Joyce tenha vivido fora de seu país natal pela maior parte da vida adulta, suas experiências irlandesas são essenciais para sua obra e fornecem-lhe toda a ambientação e muito da temática. Seu universo ficcional enraíza-se fortemente em Dublin e reflete sua vida familiar e eventos, amizades e inimizades dos tempos de escola e faculdade. Desta forma, ele é ao mesmo tempo um dos mais cosmopolitas e um dos mais particularistas dos autores modernistas de língua inglesa
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