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domingo, 5 de julho de 2009

Um excerto de Virgínia Woolf



(...) A luz feriu as árvores no jardim, e as folhas agora transparentes ilumina­ram‑se uma a uma. Um pássaro cantou alto. Houve uma pausa. Depois ou­tro pássaro retomou, mais baixo, o mesmo canto. O Sol deu contornos às paredes da casa e pousou como a ponta de um leque numa persiana bran­ca, deixando uma dedada de sombra azul sob a folhagem próxima da jane­la de um quarto. A persiana estremeceu de leve, mas dentro da casa tu­do permaneceu vago e sem substância. Lá fora, os pássaros cantavam as suas melodias vazias.


Virgínia Woolf
Excerto de "As Ondas"

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