Leonardo da Vinci
Leonardo da Vinci nasceu no pequeno vilarejo de Vinci, nas proximidades de Florença, em 1452. Autor de Monalisa, um dos quadros mais famosos da história, Leonardo era filho ilegítimo de um tabelião. Ele não teve educação formal e sabia pouco ou nenhum latim, condição que o enchia de um certo ressentimento em relação aos colegas mais ilustrados.
Adulto, foi uma personalidade polêmica no seu modo de vestir e no comportamento chegou a ser denunciado por prática de sodomia, mas não foi condenado. Supõe-se que ele tenha sido homossexual, mas sua intimidade permanece misteriosa.
Adolescente, foi aprendiz no ateliê de Verrocchio. Conta-se que certa vez, o mestre estava pintando um quadro sobre o batismo de Jesus Cristo e encarregou o jovem Leonardo de completar a composição com a figura de um anjo. Seu aluno fez um anjo tão perfeito que Verrocchio desistiu de pintar.
Conta-se também que Leonardo tocava, para distrair seu modelo, música composta por ele em instrumentos inventados por ele. O certo é que a Monalisa del Giocondo se tornou o quadro mais célebre da pintura ocidental. Hoje está no Louvre, como principal atração turística, numa sala em que um Rafael e um Correggio passam despercebidos.
Em 1503, Francesco del Giocondo, um rico florentino, encomendou a Leonardo - e pagou-lhe muito bem por isso - um retrato de sua mulher, Monalisa. Quatro anos depois o quadro não está pronto. Aqui começa o grande debate: quem é a dama do quadro? A mulher de Giocondo? É este o retrato de uma jovem de 26 anos? Ou é o retrato de Constança d'Avalos, Duquesa de Francavilla, "inclusive com o véu negro de viúva?" Há quem afirme - e a sério - que o encantador sorriso é de um jovem, travestido.
O grande mote do trabalho de Leonardo, quer como artista, quer como inventor e cientista, foi a observação criteriosa da natureza. Seus cadernos são um imenso laboratório de pensamento. Nas notas, estudos e rascunhos dedicados à hidráulica, ao vôo dos pássaros, ao movimento dos gatos, encontra-se um acurado explorador da natureza.
Sua inteligência mecânica ainda hoje impressiona todos os que examinam seus desenhos de engrenagens. A comparação de imagens obtidas nos modernos aparelhos de tomografia computadorizada com seus desenhos sobre anatomia oferece uma espécie de revelação: Leonardo acertou com exatidão espantosa, por exemplo, detalhes sobre a posição do feto no interior do útero.
Embora tivesse uma assombrosa habilidade matemática, diz-se que Leonardo não criou algo que se pudesse chamar de "teorema de Leonardo". Ou seja, apesar de ter desvendado princípios que até então eram desconhecidos, ele não os traduziu em linguagem matemática. É verdade. Essa viria a ser mais tarde uma obsessão dos estudiosos.
Doente, da Vinci passa o mês de abril de 1519 na cama, cercado por três quadros: a Monalisa del Giocondo; Santana, a Virgem e o Menino e o São João Batista, que provavelmente pintou em Roma como sua última obra.
Morre, no dia 2 de maio de 1519, nos braços do rei FranciscoI
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